quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Basta amar, e pronto.

A separação dói, mesmo que por poucas horas. E como não há de doer, se estamos ligados ininterruptamente por um cordão umbilical de cuidados, preocupações refletidos por aquele sorriso que não queremos que suma por um instante?

Não é a popular tempestade num copo d’água, não. É coisa de mãe, com certeza. Uma dor no peito de deixá-lo sem dar tchau, mesmo que você tenha tido todas as informações possíveis do lugar que ele está e a confiança já alçada. Pra falar a verdade, o meu amor por ele cresce a cada dia e a verdade é que eu só quero que ele seja feliz, em todos os momentos: comigo, com os amiguinhos da escola, brincando, fazendo a lição de casa, desenhando, brincando de massinha. A minha vontade é de criá-lo embaixo das asas, entretanto eu sei que preciso é deixar que se formem as próprias asas, para que ele voe, voe, voe.

Hoje foi o primeiro dia de aula do Lucca. Ontem, depois de fazer a matrícula e sair da escola, senti que era o melhor pra ele. Porém, meus olhos despencaram num choro profundo e soluçante. Resultado de uma separação diária de quatro horas, sem que eu possa ligar quando quiser para saber se está tudo bem, se já comeu e o que está fazendo. Bom, ligar eu até posso, mas ele está crescendo, já preciso me acostumar desde já com essa independência, mesmo que ainda mirim.
Saí de lá depois de conversar com a coordenadora e a professora, pelas quais já tive um carinho à primeira vista. Deixei-o no escorregador e até encontrar o portão não olhei para frente. O meu amor por ele explodiu mais uma vez em um nó na garganta.

Voltei pra casa e nesse meio tempo já estava me “conformando” em tê-lo um pouquinho longe. E uma hora depois o telefone de casa toca, meu marido atende e me olha com aquela cara, “Sim, é ele. Sei... já estamos indo”. Comecei a chorar compulsivamente – pode até parecer drama demais, mas mesmo tendo entendido tudo, o sentimento foi de ter o abandonado.

Ele brincou, brincou e brincou. Na hora de ir pra classe, sentou na sua cadeirinha e ficou olhando para todos os lados – segundo a professora. Ficou inquieto por não achar “ninguém” e chorou, chorou, chorou. A “tia” tentou acalmá-lo com uma daquelas massinhas de modelar, mas não adiantou muito. A coordenadora veio, e quando chegamos lá ele estava no colo dela, dormindo com o rostinho vermelho de tanto chorar.

Ao vê-lo assim, tive a confirmação do quanto preciso tentar. Precisamos tentar. Ele na convivência fora de casa e, eu, nas tardes sem ele. O amorzinho da mamãe precisa voar, e a mamãe precisa entender.
Ser mãe é muito fácil. Basta amar, e pronto.

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